Cinema Camiliano

As versões fílmicas do Amor de Perdição por 3 realizadores:

Georges Pallu (1921)

António Lopes Ribeiro (1943)

Amor de Perdição é uma adaptação cinematográfica do romance homónimo de Camilo Castelo Branco feita pelo realizador António Lopes Ribeiro em 1943. Conta com António Vilar no papel de Simão Botelho, uma jovem Carmen Dolores como Teresa de Albuquerque e António Silva como João da Cruz. É considerada uma das mais fidedignas adaptações da famosa obra camiliana, tendo o diálogo sido respeitado quase na íntegra. É o filme de estreia de Carmen Dolores, que contava apenas com 19 anos na altura das rodagens.

Argumento: O fatalismo arrebatado e a tragédia amorosa entre Teresa de Albuquerque e Simão Botelho, que sobrevive ao litígio intolerante de suas nobres famílias. Destaque, ainda, para a letal rivalidade entre Simão e Baltasar Coutinho, primo e pretendente de Teresa, e para a incondicional protecção do ferreiro João da Cruz, e para a resignada adoração de sua filha, Mariana por Simão. Intérpretes: António Vilar – Simão Botelho; Carmen Dolores – Teresa de Albuquerque; Eunice Colbert – Mariana; Assis Pacheco – Domingos Botelho / Camilo Castelo Branco; António Silva – João da Cruz; Barreto Poeira – Tadeu de Albuquerque; Igrejas Caeiro – Baltasar Coutinho; Óscar de Lemos – Arreeiro; Arminda Martins – D. Rita Preciosa e ainda: Emília de Oliveira; Alfredo Ruas; Silvestre Alegrim; Beatriz de Almeida; Sofia Santos; José Victor… Realização – António Lopes Ribeiro.

Manoel de Oliveira (1978)

«Amor de dois jovens, Simão Botelho e Teresa de Albuquerque, contrariado pelas respectivas famílias, que se odeiam, leva Teresa ao convento e Simão à cadeia, ela por recusar-se a casar com Baltasar Coutinho seu primo, que a pretende, ele , mais tarde, por ter assassinado Baltasar, que se lhe atravessara no caminho. Condenado a dez anos de degredo na Índia, Simão parte, enquanto Teresa morre tísica no convento. Simão morre também alguns dias depois, no barco que o leva ao degredo.» *

Este foi o enredo escolhido por Oliveira para realizar a sua sexta longa metragem. Adaptado de um dos clássicos da literatura portuguesa- Amor de Perdição, é a mais célebre obra literária de Camilo Castelo Branco.
Todo o filme se passa em volta dos amores frustrados entre Simão Botelho e Teresa, que arriscam a vida para estarem juntos, mas a morte acaba-os por separar.
Sem nunca perder de vista a obra de Camilo, Oliveira adaptou Amor de Perdição ao cinema com uma tal perspicácia que cada cena é o deslumbrar de uma solução encontrada pelo cineasta para transpor da melhor maneira a ficção do livro para o “realismo” da película, sem nunca cair em lugares comuns. Desde a fotografia, à narração “off”, ao dramatismo da acção, temos uma inconstante evolução de planos, que nos aprisionam ao filme.
* (Esther de Lemos, in prefácio de Amor de Perdição)

Ficha técnica do filme Amor de Perdição
Na base de dados Amor de perdição

Ver Tese de doutoramento:
Da Narrativa Literária à Narrativa Fílmica. Amor de Perdição: um exemplo de transcodificação intersemiótica de Maria do Rosário Leitão Lupi Bello
(Esta tese assume uma perspectiva comparada, procurando estabelecer relações de aproximação e de distinção entre a literatura e o cinema, analisando o fenómeno de adaptação cinematográfica. Toda a investigação foi orientada no sentido de procurar estabelecer comparações, do ponto de vista narrativo, entre o texto literário de “Amor de Perdição ” e as versões fílmicas de Georges Pallu (1921), António Lopes Ribeiro (1943) e Manoel de Oliveira (1978).

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